quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Escrever.


Aos lesados que se aventuram a escrever, um aviso: é difícil. É muito difícil escrever. Expressar o que se sente sem cair na mesmice dos pensamentos e sentimentos alheios alienados de quem não tem o que dizer e diz mesmo assim. A verdade contida nas frases de todos os blogs da internet, são validas somente se forem colocadas como ponto de partida de um começo de conversa. E pra começo de conversa, não se precisa gostar de escrever. Não é esse o conceito. E nem o medo de não gostarem do que você diz. É sim, precisar escrever. Se você é inquieto, sombrio e está sempre agitado, insatisfeito com o que há a seu redor você está pronto. Não é mera coincidência você estar assim, nesse estado, nesse momento no século vinte e um, é antes, uma fatalidade. Pois, ao se aventurar a escrever. Você terá que arrancar de si tudo aquilo que tem medo de revelar, tudo aquilo que não gosta. O sombrio é a verdadeira face do autor. Mesmo nas comedias infames, nos romances idiotas, nos poemas, nas crônicas, nos diários, nos depoimentos na delegacia, em qualquer lugar onde haja alguém tomando nota, observando, escrevendo, contando, revelando a alma de alguém ou algo, o fato é que, é sempre dolorido e mortal escrever. É um combate sem fim entre a vontade própria e a insanidade de se dizer algo sem mesmo saber por que se quer dizer. Escrever é solitário e dolorido e não tem nada de bom ou nobre nesta vida, nesta arte. É um fardo com o qual muita gente não conta e ainda assim se supera revelando coisas da alma que surgem como que para revelar ao mundo que as palavras são capazes de tudo. Até mesmo de calarem.

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