quarta-feira, 23 de novembro de 2011

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Reclame – Uma Estória de Amor


Agora vou falar de algo que eu estava louco pra falar. Do espetáculo ”Reclame – Uma estória de amor”. Fui assistir o espetáculo convidado pela diretora Miriam Vieira, já preparado para algo diferente e como sempre gostoso de assistir.
E ao começar o espetáculo já fui surpreendido pelo elenco que cantando, recepciona o publico a entrada do MISS – Museu da Imagem e do Som, no teatro Municipal Brás Cubas, que é onde acontece o espetáculo.
E mais uma vez, a diretora prova que é a melhor, surpreendendo ao publico, que lota o MISS em todas as sessões, ocupando o espaço misturando publico e espetáculo. Os lugares na platéia estão dispostos de todo jeito em todas as direções, fazendo as vezes o espetáculo acontecer atrás de você, ou ao lado ou ainda, algum personagem se apoiar em seus ombros ou falar diretamente com você. E é desse jeito que a magia do radio acontece.
Para mim, deve ser a mesma sensação que minha mãe, minhas avós e minhas tias tinham ao ouvir as novelas no rádio. A de que os personagens, as locuções, os cantores e os comerciais estão todos ali, na sala, andando perto da gente, vivendo e compartilhando suas emoções. O publico da maior idade é quem mais se delicia com as lembranças das canções do cantor Silvio Caldas, por exemplo, e também com a trama leve e com sabor de novela antiga e com os jingles, os reclames, que brotam a todo instante.
O elenco excelente foca as interpretações na pronuncia exagerada dos velhos tempos, trazendo para a expressão corporal, tornando um espetáculo leve de se ver e essencialmente nostálgico. Impossível não se emocionar ao ouvir os comerciais de Gumex, Kolynos, Grapette só para citar alguns, me trazendo lembranças de uma infância gostosa e esquecida.
Por alguns minutos fui transportado para a era de ouro do rádio numa viagem no tempo. Um tempo gostoso e lúdico que eu não conheci e o que conheci não me lembrava mais.
É um espetáculo sem pretensões, que conta de forma envolvente e engraçada a estória de uma família que se confunde com a de um estúdio por meio das propagandas comerciais. Ambientada entre as décadas de 30 a 90, a peça conta a estória de Loudes, Rodolfo e Janete, que motivados pelos meios de comunicação e, principalmente, por jingles de reclames comerciais, formam um triangulo amoroso, no qual as alegrias e as decepções de natureza humana são destacadas pelos mesmos.
Reclame é a vida de todos nós. Resgata costumes e tendências, destacando o trabalho de artistas e comunicadores brasileiros. É o papel da propaganda em nosso cotidiano. É uma estória de amor para com o Brasil, o rádio e a TV. É a estória de amor das nossas vidas.


Reclame – Uma Estória de Amor
Texto: Sergio Manoel
Direção musical: Nailse Machado
Direção geral: Miriam Vieira
Cia. Teatral Cenicomania – Elenco:
Fabio Prado, Emanuella Alves, Roberto Santos, Sérgio Manoel, Guilherme Silva, Cristina Ribas, Cristina Moda, Rinaldo Sant’Anna e Marcio Dias.

SERVIÇO:
Reclame- uma história de amor
De: Sergio Manoel
Direção: Miriam Vieira
Sábados as 21h
MISS -Térreo do Centro de Cultura Patrícia Galvão ( Teatro Municipal de Santos)
Av: Pinheiro Machado 48- Vila Mathias
Ingressos: $ 20 inteira $ 10 meia ( bilheteria aberta nos dias de espetáculo a partir das 18h)
Lotação: 40 lugares por sessão
Informações: 13 9134-0713

quarta-feira, 25 de maio de 2011

A Biblioteca Magica, de Amauri Alves.



Estréia nesse fim de semana o maravilhoso espetáculo infantil “A Biblioteca Mágica”, cuja préestreia , terça dia 24, tive o prazer de conferir. O espetáculo que comemora 20 anos em cartaz, continua com a mesma energia jovial do começo. Não é só um espetáculo para as crianças, é um espetáculo das crianças. Pois interage com a criançada o tempo todo, fazendo com que participem, escolham estórias e até mesmo contracenem com os personagens, estimulando não só a fantasia e o gosto pela leitura mas também a criatividade delas que meio sem saber, são conduzidas e participam criando uma estória, eis ai a sacada genial do grupo.
O Grupo Malucolengos dos irmãos Amauri e Marcia Alves, reúne atores e bonecos com temática relacionada ao incentivo à leitura.
A “Biblioteca Mágica” começou como um projeto encomendado pela Secretaria da Cultura de Santos , em 1991, para divulgar a biblioteca móvel da cidade, que em um ônibus, percorria os bairros e as praias. De lá pra cá já se apresentou em mais de 250 cidades para mais de 500 mil pessoas. Foram muitos festivais no Brasil, na Colômbia e em Portugal .
Com um cenário super bem bolado, o espetáculo conta a estoria de um mago que possui uma biblioteca encantada que surge apenas quando as crianças desejam ler um livro. Pronto, é o que basta para começar uma viajem super divertida com direito a muitas participações dos baixinhos da platéia que não hesitam em nenhum instante em participar das bagunças do Mago dos Livros, seu assistente engraçadissimo chamado Clóvis, o Grande Livro, uma bruxa muito malvada e maluca e ainda muitos personagens animados que garantem a diversão e o alto astral. Saí do teatro leve, com a vibe da criançada nas alturas.

A Biblioteca Mágica.
Texto, direção e cenografia : Amauri Alves
Elenco : Amauri Alves - Mago dos Livros, Grande Livro e Sapo.
Beto Vieira – Clovis, A Princesa e Monstros.
Fernando Rino – Padre, Bruxa, Cobras e Monstros.

QUANDO : 28 e 29 de maio – Curta Temporada.
ONDE : Teatro Municipal Brás Cubas, av. Pinheiro Machado, 48 – Vila Mathias – Santos
PREÇO : 20,00 inteira, 10,00 meia.
HORARIO : 16 hrs.

domingo, 3 de abril de 2011

A Arte de Luiz Fernando Almeida, A dama da noite.


Sempre gostei de Caio Fernando de Abreu. Meu primeiro contato com ele foi através do livro “Morangos Mofados “ que veio parar nas minhas mãos por obra e graça de minha tia, irmã caçula do meu pai, única mulher numa ninhada de cinco homens. Era rebelde por excelência e sempre me incentivou a ler e a gostar de musica. Achei aquele cara o maximo falando de umas coisas de alma que eu não entendia. E mais ainda, falando sobre amor entre homens e o preconceito das pessoas e a vida em relação a isso tudo. Os sentimentos viscerais, urgentes, desesperadamente loucos e gangrenosos. Aquilo tudo me afetou de uma porrada só. Não entendia muitas coisas do que ele dizia ainda, mas batia. Batia de uma forma irreversível, moldando um pouco meu caráter e minha forma de ver o mundo. Tempos depois li ”Onde Andará Dulce Veiga?” e era o mesmo jorro de palavras com sentimentos fortes e um tanto sombrios. Fiquei fascinado, tentando passar isso pro papel, querendo eu mesmo começar a escrever e também a querer identificar meus anseios, sentidos e palavras que buscava pra poder dizer um monte de coisa como aquele cara dizia, enchendo paginas e paginas de uma paixão frustrada e perdida. A tristeza sempre me fascinou.
É com o maior orgulho que vejo hoje numa pagina inteira do jornal “A Tribuna” a matéria sobre o espetáculo “a Dama da noite” conto de autoria de Caio Fernando Abreu, um monólogo difícil, com o meu amigo irmão LUIZ FERNANDO ALMEIDA, produzindo e atuando. Não pude ir aos ensaios pra poder matar um pouquinho a minha curiosidade, porque como todo operário das artes, o Luiz precisa de privacidade para criar e dar a luz sua loucura. É claro que ele não está sozinho nessa, está muito bem acompanhado pelo excelente diretor André Leahun que dispensa comentários, o figurino de Luiz Careca, da rede TV e irmão de longa data, cenografia de Dani Bevervanso e ainda projeções visuais do VJ Spetto. Tudo isso ajuda ainda mais o resultado do trabalho a ser o melhor, porque antes de serem todos profissionais muito competentes, são amigos, são uma família da qual tenho orgulho de fazer parte. Há quem diga que monólogos são chatos, são dificieis, que o publico não entende. Isso é puro conformismo e irrealidade, pura má vontade. Pois os monólogos são cheios de oportunidades incríveis do ator mostrar ao que veio, de palavra em palavra. Tenho orgulho da ousadia dele encarar essa e ousar tanto, apresentando um texto que é emocionalmente difícil e visceral ao extremo. Tenho orgulho por ser amigo de um cara que não para de trabalhar nunca a mais de vinte anos, e que resolveu mostrar que o teatro em santos pode deixar de ser amador sim, que é só ter a ousadia de sair do lugar comum, onde os outros artistas santistas se acomodaram e se jogar nesse precipício sem o mínimo pudor e medo. Porque teatro pra mim é isso. É se atirar num precipício e mostrar do que você é capaz. Sair da zona de conforto e encarar o desconhecido. Voar ou cair no esquecimento dos espetáculos sem graça e confortáveis, típicos dos atores que tem medo. Tipico dos que acham que o teatro santista será sempre amador e não ousam sonhar, não ousam quebrar todas as regras tolas e inviáveis que sustentam somente a vaidade dos falatórios e as opiniões ingênuas de quem também atua, mas tem medo de viver no palco, aquilo que reprimem em si mesmo. O Luiz já passou desse estagio, já escancarou a sua rebeldia de muitos jeitos, já desbundou, já quebrou muito a cara, já apanhou muito da vida, já conquistou muita gente, e agora vai tomar conta do teatro em Santos, que graças a ele, está aos poucos ressurgindo com vida e sangue novos. Eis ai o meu amigo. Amadurecido e pronto pra ‘bagunçar o coreto’ na cidade. Pronto para Caio Fernando de Abreu. Evoé.

Espetáculo : “A dama da noite”, um conto de Caio Fernando de Abreu, do livro “os dragões não conhecem o paraíso”.

Pré estreia na quarta feira dia 27 de abril na sala Plinio Marcos na Oficina Cultural Pagu - Cadeia Velha em Santos. com bate papo sobre a montagem e a obra do autor.

Quando : 30 de abril a 30 de julho
Onde: rua General Câmara, 99 (em cima da camisaria Estudante)
Horário : as quintas e sextas ao meio dia, entrada franca
Sábados, as 21hrs e domingos as 18hrs - 20,00 inteira e 10,00 meia