sábado, 14 de novembro de 2009

A arte de 'Quando os olhos se fecham'.


O teatro de arena Rosinha Mastrangelo é o único teatro de arena no mundo, que é quadrado. Ao entrar para assistir ‘Quando os olhos se fecham’ sempre me vem essa lembrança na cabeça. E por ser um teatro de arena quadrado exige-se muito mais esforço do diretor e do elenco. São poucos os que conseguem. A diretora Miriam Vieira, que já é escolada nesse palco, não teve dificuldade alguma em aproveitar todo o espaço do teatro (inclusive lá fora) para cenas, entradas e saídas dos personagens, de forma criativa, levando em conta as péssimas condições de total abandono do teatro, que contribui por si só com a atmosfera lúgubre da peça. Assim que a porta da entrada se abre, ouve-se aquele rangido sinistro, tão característico das portas que se abrem nos filmes de terror.
Ainda por ser um teatro de arena quadrado, o que se ve num lado não se ve no outro. Os olhos, a boca, a alma do personagem ali pertinho de você na platéia. Dependendo do lugar onde você se encontra, pode de repente tomar um susto com alguém saindo debaixo da platéia, ou ainda corre o risco de tomar uma “espirrada” de um personagem ou ainda ser “convocado” para varrer a funerária enquanto o funcionário preguiçoso dorme no seu lugar. E quem está de frente, assiste a tudo isso.
Por isso recomendo que se assista a peça varias vezes, e em todas sentar em um lugar diferente e assistir a cada vez uma peça diferente. São atores geniais que sob a melhor direção, dão tudo de si em cena para que o publico se divirta, vivendo seu melhor momento, encenando a mesma estória todas as noites de sábados e domingos e sempre a cada vez de forma diferente e magica, como só no teatro se faz. Quem ainda não foi não sabe o que está perdendo.